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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Mural do Pintor Aldo Cardarelli 


Muito bonito, mas precisando de cuidados, este painel enfeita com arte e elegância um imóvel assobradado no Cambui. É tombado como Patrimônio de Campinas, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural da cidade (Condepacc).
     O painel do artista Aldo Cardarelli, que viveu seus 71 anos em Campinas, foi elaborado com pastilhas vitrificadas e pode ser conferido na Rua Sampainho, 362,
no Cambuí. A obra mede 6,8m por 2,5m e é uma, de apenas duas, em que o artista, cuja obra é marcadamente acadêmica, trabalhou o estilo abstrato. Cardarelli recebeu 11 condecorações importantes, incluindo a Grande Medalha de Ouro da Academia Brasileira de Belas Artes, em 1958.

     Esta é a sua cidade! Que tal aproveitar?

quinta-feira, 28 de maio de 2015

VOCÊ TEM SEDE DE QUÊ?

Todo mundo tem seus interesses, coisas que gosta de fazer, de conhecer...
E você, qual é o seu assunto preferido?
Aquele que seus amigos sempre param pra ouvir o que você vai falar?
Esportes? Música? Games? Maquiagem? Skate? HQ, Gibis, Mangás?
Então...

SEUS PROBLEMAS ACABARAM!!! (Suuuper original né?)

É que agora você pode escrever no Blog da Escola Floriano sobre seu assunto preferido.
Seja o que for, desde que mais gente se interesse – afinal, falar sozinho não tem graça, 
o legal é trocar ideias e informações com aqueles que curtem as mesmas coisas, certo?
- e sempre com o bom senso ligado, respeitando as boas práticas de uso da Internet, 
você agora pode ter sua própria página!

A Internet é uma área que tem oferecido muitas oportunidades de trabalho e renda 
para um montão de pessoas, e este pode ser um começo pra você também!

Então, fique sabendo: Você pode !!!
Estamos abrindo um "cadastro" pra que os interessados se manifestem,
AQUI MESMO NOS COMENTÁRIOS.

Você pode fazer este cadastro dizendo:
    1. Assunto (aquilo que mais interessa a você)
    2. Nome do Aluno/ nome de blogueiro (Pseudônimo/Apelido/Nick, se for usar...).
    3. Série
    4. e-mail (preferencialmente do gmail!)
Em breve você vai receber um CONVITE no e-mail cadastrado e, a seguir, será autorizado a criar a sua própria página. Que tal? 

Tá aí ainda é? Alguém pode se interessar antes pelo seu tema preferido... 
Corra e se inscreva!

VAMOS CONVERSAR...

sobre essa atividade, esclarecendo a tod@s as regras de funcionamento e dicas para @s blogueir@s nas seguintes datas:

Terça-feira, 23 de junho, 16 horas
Quinta-feira, 25 de junho, 10 horas
Local: Biblioteca e Labor. Informática

VEM PRO BLOG!!!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

 

Biblioteca Nacional publica 

fotos antigas super legais!!!

Missa Campal de 17 de maio de 1888. Ao centro, a Princesa Isabel e seu marido, o Conde d'Eu.
        Viagem no tempo

        A Fundação Biblioteca Nacional e o Instituto Moreira Salles, em conjunto com o Ministério da Cultura, estão com uma iniciativa muito legal, para quem gosta de conhecer melhor a História do Brasil através de imagens de época. 
       Trata-se do site brasilianafotografica.bn.br, que reúne milhares de fotos antigas que podem ser pesquisadas por assunto, por autor, por data ou local. Uma verdadeira viagem no tempo, com fotos incríveis que revelam um Brasil muito vivo e em plena "construção", por pessoas comuns como eu e você, ou "gente importante" daqueles tempos. 
       Na foto acima, tirada pelo fotógrafo Antônio Luiz Ferreira, vemos homens negros (alguns deles padres, à esquerda na imagem) participando  da missa celebrada em ação de graças pela Abolição da Escravatura no Brasil, 1888 em São Cristóvão, Rio de Janeiro, em uma espécie de palanque, próximos de autoridades e pessoas famosas daqueles tempos.  
         Essa foto acabou rendendo nos últimos dias artigos em jornais, sites e outras mídias, por que nela aparece ninguém menos que o MAIOR ESCRITOR brasileiro de todos os tempos, Machado de Assis! Machado era negro e alguns pesquisadores disseram que, devido à sua presença no palanque da Corte Imperial, ele provavelmente teve um papel importante nas campanhas abolicionistas (pelo fim da escravidão) no Brasil, um aspecto da vida do escritor que ainda promete informações novas, pois é pouco conhecido.
         Achou o Machado de Assis? Ele está perto da Princesa... 
       Esperando ainda? Garanta sua viagem no tempo, acessando o site pelo link acima e... Divirta-se aprendendo! BOA VIAGEM!!!
           
    






sexta-feira, 15 de maio de 2015

UTILIDADE VENCEU VALOR HISTÓRICO

Cotonifício Crespi é adaptado para novo uso (Hipermercado): 
Afinal, como se faz a preservação do patrimônio histórico?

                                             Máquinas têxteis do Cotonifício Crespi em 1938

Vazio, abandonado e sofrendo a degradação do tempo. Quando, no final de 2003, uma rede de hipermercados alugou o edifício central e outros anexos do Cotonifício Crespi, a notícia foi bem recebida pelos moradores do bairro da Mooca, em São Paulo. Esses moradores só não contavam com o fato de que o projeto de restauro previa a própria demolição do prédio.
A restauração do Cotonifício Rodolfo Crespi, um conjunto de edifícios industriais para tecelagem fundado em 1897, é controversa por ser ilustrativa de um dos problemas mais recorrentes na preservação do patrimônio industrial: a sua descaracterização ou destruição. “O problema da restauração do Cotonifício Crespi é que se priorizou o seu novo uso em detrimento do seu valor histórico. Esse é o erro mais comum cometido nas restaurações de edificações industriais”, afirma
Cláudia Yamada, tecnóloga em construção civil e especialista em patrimônio arquitetônico, Yamada foi uma liderança importante na mobilização que contestou o projeto de restauração do Cotoníficio.

Restaurado? ou destruído?
“Não considero a obra realizada no Cotonifício Crespi como um restauro já que não foram respeitadas suas características históricas, estéticas e memoriais. A estrutura foi toda descaracterizada, apenas a fachada foi mantida, boa parte do conjunto industrial foi demolido para ser transformada em estacionamento”, afirma Manoela Rossinetti Rufinoni, arquiteta da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). Rufinoni destaca que o edifício central do Cotonifício foi todo demolido por dentro e sua estrutura de vigas e pilares metálicos – importados da Europa em meados da década de 1920 - foi retirada e substituída por uma estrutura de concreto armado, mais “adequada” para abrigar as prateleiras padronizadas do hipermercado.
Projetado pelo arquiteto italiano Giovanni Battista Bianchi, além de ser um relevante patrimônio industrial devido à sua arquitetura, o Cotonifício também é importante por ser representativo da própria história da industrialização e suas relações de trabalho na cidade de São Paulo, que abriga momentos como as primeiras greves operárias realizadas no Brasil em 1917.

Mobilização
“Dentro do quadro de possível total abandono do Cotonifício – abandono que caracteriza outros edifícios históricos da região – talvez a restauração realizada tenha sido a melhor solução encontrada”. 
Cláudia Yamada faz essa ressalva considerando todo o processo de mobilização realizado contra as demolições. O movimento, segundo ela, surtiu efeitos positivos: fez com que o hipermercado fizesse alterações no projeto original de restauração que previa a preservação de apenas duas fachadas do edifício. Segundo Yamada, por conta da pressão popular conseguiu-se salvar a volumetria e importantes registros históricos do Cotonifício, como o último andar do edifício central que foi inteiramente preservado.“
Conseguimos fazer com que uma parte da estrutura que é importante para a memória afetiva das pessoas fosse mantida”, lembra a tecnóloga. Segundo Manoela Rufinoni, muitos moradores da região aprovaram o projeto de restauração quando ele ainda era uma promessa no papel. Isso teria acontecido pelo fato de serem leigos no assunto e não saberem, exatamente, no que ele implicava. Por conta disso, as mobilizações contra a restauração só se 
intensificaram com o início da demolição do prédio, numa manhã de domingo de julho de 2004. “As pessoas mais idosas do bairro foram as que mais se envolveram, principalmente aquelas que guardam lembranças da fábrica em funcionamento ou aquelas cujos familiares trabalharam no Cotonifício. Uma imigrante romena de 82 anos, que trabalhou no Cotonifício, chorou ao assistir à demolição pelos guindastes e teve o impulso de pegar um tijolo para guardar de lembrança”, lembra Rufinoni.
Alguns moradores se organizaram, então, para tentar barrar o prosseguimento da demolição. O Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) da Prefeitura de São Paulo e o Ministério Público Federal conseguiram uma liminar para paralisar as obras de restauro. Mas o embargo durou pouco tempo devido ao fato do Cotonificio não ser um patrimônio histórico tombado – o processo de tombamento encontra-se em análise há 13 anos no DPH. A obra prosseguiu e, em março de 2005, o hipermercado foi inaugurado.

Especulação imobiliária
A Mooca é próxima do centro da cidade e também é servida por linhas de metrô. Por conta disso, a especulação imobiliária no bairro vem crescendo desde a década de 1980 e alterando sua paisagem com a verticalização promovida pela construção de grandes edifícios. Segundo Manoela Rufinoni, o tipo de restauração realizada no Cotonifício Crespi deve ser entendida também nesse contexto de valorização imobiliária do bairro. “Trata-se da ocupação de áreas valorizadas. A ‘restauração’ do Crespi foi uma desculpa para a ocupação do solo, do terreno do Cotonifício”.
Apenas o seu edifício central - de todo um conjunto de edificações interligadas e que tomavam todo um quarteirão do bairro - foi “preservado”. Ao redor desse quarteirão do Cotonifício existem ainda uma série de outros imóveis historicamente importantes em seu entorno: o estádio do Juventus – time de futebol formado por funcionários do Cotonifício no início do século XX – creches e casas construídas para os operários e remanescentes do antigo Hipódromo de São Paulo que se localizava na Mooca antes de ser transferido para Cidade Jardim.
Para Cláudia Yamada, a especulação imobiliária na região ameaça esses e outros patrimônios industriais tais como a Companhia Antárctica Paulista onde ainda se encontra o maquinário original da cervejaria que pode vir a ser destruído para a construção de mais um “empreendimento de alto padrão” como anunciam os outdoors espalhados pelo bairro.

Adaptado de Reportagem Carolina Cantari; Em “Patrimônio – Revista eletrônica do IPHAN -Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -http://www.labjor.unicamp.br/patrimonio/materia.php?id=169



   
E olha lá a entrada do Estádio do C. A. Juventus, 
na Rua Javari, no meio da Mooca!

terça-feira, 5 de maio de 2015

Primeiro de Maio: Da Chicago de 1886 a Curitiba de 2015


Trabalhadores entraram em greve para reivindicar direitos que consideravam justos. E, em uma das manifestações, a polícia abriu fogo contra a multidão.
Curitiba, 2015? Poderia ser. Mas estou falando da Chicago de 1886.
A greve geral que começou no dia Primeiro de Maio daquele ano, exigindo a redução da jornada de trabalho para oito horas por dia, acabou em tragédia, com manifestantes e policiais mortos e sindicalistas condenados (injustamente) à morte. Nos anos seguintes, a data foi escolhida para ser um dia de luta por condições melhores de trabalho. Menos nos Estados Unidos, em que o Labor Day é na primeira segunda-feira de setembro.
Quem visita a cidade norte-americana, encontra uma frase gravada em um monumento: Chegará o dia em que o nosso silêncio será mais poderoso do que as vozes que vocês estrangularam hoje'.
No dia 1º de maio de1886, tem início a greve geral nos Estados Unidos e manifestação nas ruas de Chicago. Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de milhares de pessoas. O massacre policial que se seguiu motivou a criação do Dia do Trabalhador (exceto nos EUA).

E 129 anos após os trabalhadores de Chicago irem às ruas exigirem jornada de oito horas, nós ainda não a conseguimos por aqui.
A última redução de jornada ocorreu há exatos 27 anos, na Constituição de 1988, quando caiu de 48 para 44 horas semanais. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) calculou que uma jornada de 40 horas com manutenção de salário aumentaria os custos de produção em apenas 1,99%. O aumento na qualidade de vida do trabalhador, por outro lado, seria muito maior: mais tempo com a família, mais tempo para o lazer e o descanso, mais tempo para formação pessoal.
Outros vão dizer: mas boa parte das empresas já opera com o chamado oito horas por dia, cinco dias por semana. Mas não todas. Principalmente em atividades rurais. Ou que jornada de trabalho não faz mais sentido em um momento em que a internet torna a jornada flexível. O problema é que “jornada flexível'' raramente significa trabalhar menos, mas estar mais tempo ligado ao trabalho ao longo do dia.
Uma proposta em trâmite no Congresso que pede a redução da jornada também aumenta de 50% para 75% o valor a ser acrescido na remuneração das horas extras. Ou seja, tem que trabalhar mais? Que se pague bem por isso.
Ao mesmo tempo, o poder público – federal, estaduais e municipais – ainda trata trabalhadores que reivindicam por seus direitos como um caso de polícia, da mesma forma que a Chicago do século 19.

Brasiil, 30 de abril de 2015: 129 anos depois do massacre norte-americano, Curitiba é palco de outro massacre de trabalhadores com mais de 200 feridos. Dessa vez são professores se opondo a mudanças nas leis estaduais que retiram direitos já conquistados e reduzem seus salários.

Seja em Curitiba ou em qualquer cidade grande brasileira, temos relatos de trabalhadores em greve que apanharam, levaram tiros e respiraram gás.
Manifestações que questionam a desigualdade e a injustiça social tendem a ser reprimidas pela força pública. São vistas como subversivas. As “ordeiras'', que não mexem com a estrutura econômica e social do país, não. Por que será?
O Brasil está correndo a passos largos para rasgar sua legislação trabalhista – sob um governo que se autodeclara “dos trabalhadores''. Se a ampliação da terceirização não significasse redução de direitos, não estariam tentando te convencer tão arduamente de que isso é melhor para você e para o país.
Sem contar que há um rosário de projetos tramitando no Congresso Nacional que depreciam a vida do trabalhador, como os que reduzem a idade mínima para começar a trabalhar ou os que pioram a definição de trabalho escravo para diminuir a sua punição.
Há mais de 100 anos, buscava-se direitos trabalhistas e previdenciários. Agora, luta-se para mantê-los.
Neste Primeiro de Maio, não esqueça: todos os direitos que você tem hoje não foram dados por alguém de forma milagrosa, mas são fruto de lutas brasileiras ou internacionais de gerações. É função dos governantes fazer parecer que foram eles que, generosamente, concederam. E função da história dos vencedores registrar isso como fato.
Temos diversas formas de silêncio. O poder não está no silêncio das bocas fechadas que aceitam as coisas como elas são porque acreditam que nada pode mudar e que ficam felizes se ganharam uma TV do sindicato no feriado. Mas dos braços parados que se negam a produzir riqueza sem que um diálogo aberto e franco com os empregadores seja estabelecido.
Trabalhadores são fortes. Pena que se esquecem disso.

[Texto de Leonardo Sakamoto, veja o texto original aqui]